
A convivência escolar pode ser desafiadora, não é mesmo? Afinal, juntar tantas pessoas diferentes em um mesmo espaço gera, inevitavelmente, conflitos. Mas e se existisse uma forma de lidar com isso de maneira mais harmoniosa? Aí entra a comunicação não violenta (CNV), uma abordagem que transforma a maneira como nos expressamos e nos relacionamos.
O que é comunicação não violenta?
A Comunicação Não Violenta (CNV) é um conceito desenvolvido pelo psicólogo Marshall Rosenberg, que propõe um modelo de comunicação baseado na empatia, no respeito e na escuta ativa. Em contraste, a comunicação agressiva tende a gerar conflitos e desgastes. Por isso, a CNV busca promover compreensão e conexão entre as pessoas, criando um ambiente mais harmonioso e colaborativo.
Como surgiu o conceito de comunicação não violenta?
Marshall Rosenberg desenvolveu a CNV nos anos 1960, inspirado por experiências de mediação de conflitos e pelos ensinamentos de não violência de líderes como Mahatma Gandhi. A ideia central é que toda comunicação pode ser guiada pelo respeito e pela compreensão mútua. Desde então, essa estratégia tem sido aplicada em diversas áreas, incluindo escolas, empresas e ambientes familiares.
Quem deve usar a CNV na escola?
A resposta é simples: todo mundo❗ Afinal, essa estratégia pode ser utilizada em todos os contextos possíveis que envolvem alguma comunicação.
Por exemplo, na comunidade escolar, professores, alunos, coordenadores, funcionários e até mesmo os pais podem se beneficiar dessa comunicação. Além disso, quando aplicada no ambiente escolar, essa abordagem fortalece as competências socioemocionais da BNCC, contribuindo para o desenvolvimento da empatia, da resolução de conflitos e da comunicação eficaz.
Competências socioemocionais da BNCC e a Comunicação Não Violenta nas escolas
A Base Nacional Comum Curricular (BNCC) define um conjunto de competências socioemocionais essenciais para o desenvolvimento integral dos estudantes. Entre elas, destacam-se a empatia, a cooperação, o autoconhecimento e a responsabilidade. A CNV está diretamente conectada a essas competências, pois ensina alunos e educadores a se comunicarem de forma clara e respeitosa, promovendo um ambiente de aprendizado mais acolhedor.
Quando os alunos aprendem a identificar e expressar seus sentimentos sem recorrer à agressividade, desenvolvem a capacidade de resolver conflitos de forma construtiva. Além disso, os professores que aplicam a CNV conseguem lidar melhor com desafios em sala de aula, criando um espaço onde a escuta ativa e o diálogo são valorizados. 💙
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As 4 etapas da comunicação não violenta na escola
Para colocar a CNV em prática, de acordo com Marshall, basta seguir quatro etapas fundamentais:
- Observação: focar no que realmente aconteceu, sem julgamentos. Exemplo: “Percebi que você interrompeu seu colega enquanto ele falava.”
- Sentimento: identificar como essa situação nos faz sentir. “Isso me deixa preocupado, porque todos devem ter espaço para falar.”
- Necessidade: expressar a necessidade por trás do sentimento. “Eu valorizo um ambiente onde todos possam se expressar.”
- Pedido: fazer um pedido claro e positivo. “Você pode esperar ele terminar antes de dar sua opinião?”
Essas etapas não precisam necessariamente ser aplicadas em ordem. Independentemente disso, ajudam a evitar mal-entendidos e promovem um ambiente mais colaborativo.
Como aplicar a comunicação não violenta na escola?
Diversas formas de aplicar a CNV no ambiente escolar incluem:
✅ Treinamento para professores e alunos: oficinas ajudam a disseminar essa cultura.
✔️ Prática da escuta ativa: estimular os alunos a ouvirem com atenção, sem interromper.
✅ Mediação de conflitos: utilizar a CNV para resolver desentendimentos entre estudantes.
✔️ Exemplo dos educadores: professores e funcionários podem demonstrar CNV no dia a dia, criando um modelo positivo.
O propósito principal da comunicação não violenta é…
Conectar as pessoas! A CNV não se trata apenas de “falar bonito”, mas de criar relações mais saudáveis, baseadas no respeito e na empatia. Quando a comunicação não violenta é praticada no ambiente escolar, os alunos sentem que suas vozes são mais valorizadas, os professores lidam com menos estresse e os conflitos se tornam menos frequentes.
CNV na prática: pequenos gestos, grandes mudanças
Colocar a CNV em prática não exige grandes revoluções. Pequenas mudanças na forma como falamos e ouvimos podem ter um grande impacto na convivência escolar. Quando substituímos cobranças por pedidos, julgamentos por observações e críticas por empatia, criamos um ambiente muito mais acolhedor para todos.
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