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Antes de começarmos, você sabe o que são as avaliações ativas?
É uma estratégia de avaliação que envolve os estudantes de forma mais participativa e dinâmica em seu próprio aprendizado.
As avaliações ativas buscam promover o engajamento dos estudantes, permitindo que eles reflitam sobre suas aprendizagens, deem e recebam feedbacks, e tenham a oportunidade de melhorar de maneira contínua, fazendo parte de todo o processo.
As avaliações ativas estão se destacando como uma nova abordagem no ensino, em contraste com a prova individual e sem consulta, que ainda é o principal modelo de avaliação no ensino tradicional.
Este formato, muitas vezes acompanhado por aulas expositivas, é facilmente reconhecido por pais e educadores. Essa familiaridade vem das experiências que tiveram enquanto estudantes, o que leva à repetição desses métodos sem questionamentos ou análise.
Além disso, as provas individuais, especialmente as de múltipla escolha, são práticas, objetivas e fáceis de corrigir, criando uma sensação de controle e previsibilidade para escolas e famílias. No entanto, ao adotar avaliações ativas, é possível transformar essa dinâmica, promovendo um aprendizado mais engajador e profundo, que vai além da simples memorização e repetição.
Desafios para adotar avaliações ativas
No entanto, nos cursos de formação de professores, não se fala muito sobre outros tipos de avaliação, então rola uma insegurança na hora de adotar um novo método. E muita gente ainda acha que qualquer forma diferente de avaliar vai virar “nota alta garantida”, especialmente se não tiver o rigor das provas. Mas essas avaliações tradicionais focam muito na memorização e deixam de lado algumas habilidades mais complexas, como o trabalho em grupo e as competências socioemocionais. Além disso, a pressão para ser o melhor da turma só aumenta a ansiedade e acaba prejudicando o aprendizado, o que reforça a necessidade de repensar essa prática como a melhor (e única) maneira de avaliar.
Pequenas ações, grandes resultados
Agora, calma! Não precisa jogar tudo fora. Existem pequenas ações que o professor pode fazer nas provas para melhorar a experiência dos estudantes, deixar o aprendizado mais dinâmico e fazer com que eles se comprometam mais. Sem contar que, com isso, o professor também consegue entender melhor como os estudantes estão se preparando, o que eles já dominam e onde estão as dificuldades. A ideia não é fornecer as respostas prontas, mas criar oportunidades para que eles possam se preparar de forma mais estratégica, promovendo uma compreensão real dos conteúdos e um engajamento maior.
Conheça 3 ações de avaliações ativas que o professor pode adotar durante a prova:
✅ Permita consultar as anotações feitas pelo estudante
Quando a gente pensa em “colar”, logo vem à mente alguém trapaceando e quebrando as regras, né? Mas permitir que os estudantes usem suas próprias anotações não é isso! Na verdade, pedir que eles façam essas anotações já é uma forma de estudo. Ao preparar suas anotações, o estudante precisa desenvolver habilidades de síntese e selecionar os tópicos que serão anotados, ou seja, estão revisando o conteúdo sem nem perceber. Uma dica é limitar essas anotações a meia folha ou uma folha A4, que tem que obrigatoriamente ser manuscrita e feita por eles. Ao final da avaliação, o professor pode recolher as folhas e entender o que os alunos acharam mais relevante. Além disso, essa “colinha oficial” reduz bastante a ansiedade e faz com que pequenos problemas de memorização não influenciem tanto em seus resultados.
✅ Permita perguntas durante a prova
Depois que pelo menos 60% do tempo da prova já tiver passado, faça um sorteio e forme duplas. Um aluno faz uma pergunta em voz alta, e o outro só pode responder com “Sim”, “Não” ou “Não sei”. Mas, atenção! Já combine com os estudantes que as perguntas têm que ser sobre o conteúdo da prova, nada de pedir cola direta sobre as questões, hein?!
✅ Permita um momento de discussão geral
Se a prova tiver perguntas mais discursivas e exigir respostas mais elaboradas, deixe a galera conversar entre si por uns dois minutinhos. Sim, eles podem falar sobre a prova e suas questões, mas sem anotar nada, apenas dialogar. Essa ação fortalecerá a capacidade de síntese, ajudando-os a elaborar perguntas que atendam às suas necessidades e a dar respostas coesas, além de esclarecer pequenas dúvidas pontuais que, se não resolvidas, podem comprometer sua nota final.
Avaliações ativas como ferramenta de aprendizado
Essas ações que conversamos até agora, não tem como o objetivo de forma artificial, elevar as notas dos estudantes, mas sim garantir que os resultados da avaliação não se limitem à memorização pura e simples. É sobre dar aos alunos a chance de serem protagonistas do próprio aprendizado. Mas claro, cabe ao professor tomar cuidados especiais para que o processo continue sendo justo. Por exemplo, se vai permitir a consulta das anotações, as questões da prova não podem ser cópias exatas de exercícios já feitos em sala. A ideia é estimular a aplicação do conteúdo e o pensamento crítico.
No fim, repensar as formas de avaliar significa abrir espaço para práticas que incentivam mais autonomia e uma compreensão mais profunda do que foi aprendido.
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No fim das contas, repensar as formas de avaliar significa abrir espaço para práticas que incentivam mais autonomia e uma compreensão mais profunda do que foi aprendido. Com algumas mudanças simples, o processo avaliativo pode deixar de ser só um momento de teste e virar uma ferramenta poderosa de aprendizado. Vamos deixar de lado o “sempre foi assim” e explorar o “por que não tentar diferente?”!